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POLUSTANOK E O PENSAMENTO SOBRE A ESPERA

Resumo

O atual pensamento sobre a espera, por autores como Jonathan Crary e Andrea Köhler, revela que, mais do que inevitável, ela é essencial. Nesta pesquisa, a espera, que pode constituir um constrangimento que faz sentir o tempo como nenhum outro intervalo, pode ser também um desafogo que ocorre num qualquer tempo ou lugar. Considera-se, então, que no contexto cinematográfico, a espera se faz sentir através de duas formas que mantém uma relação simbiótica entre si: as imagens de espera e os lugares de espera. Neste sentido, procurou-se, por um lado, estabelecer uma relação entre a latência das imagens e as omissões contidas na espera, e por outro compreender os lugares como acontecimentos, onde a dimensão temporal se sobrepõe à espacial, tal como acontece na espera. Para pensar a espera, através do cinema, considera-se fundamental reconhecer que nela existe um certo sentido dramatúrgico e, consequentemente, uma dependência ativa da perceção. Polustanok, de Sergei Loznitsa, é a obra cinematográfica escolhida para o exercício deste pensamento. A sua desconcertante evocação à suspensão e a relação que estabelece entre a espera e o sono são, assim, elementos fundamentais para melhor compreender a natureza da espera.

Palavras-chave

Espera, latência, imagem, lugares, suspensão, Sergei Loznitsa, Rainer Maria Rilke

XII CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DA AIM 

30 de maio a 3 de junho, 2023 

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

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